Me observa como uma terra nunca habitada, invade-me, despossui-me..
..rumo a um universo onde não haverá mais uma dimensão na qual não se manifeste sua existência.
Arde em mim o desejo de ser engolida, consumida.. como se fosse energia substancial.
Desejo que parte de um tempo, espaço e estado em que a linguagem não cabe..
Como um raio, o medo de sofrer o que não estou acostumada rebenta em mim uma fissura..
Sinto o temor de me reconhecer através de você, e depois, vá saber, ter que me esquecer?
Quanta inquietação de não prever o que pode desaparecer no futuro..
E se um dia você resolver sair mundo afora e levar contigo meu mundo, que mundo será este, que terei eu que reinventar?
..a que sinto, preciso atravessar a infância, o seio que me criou, para buscar alí a reinvenção do amadurecimento.
Dispor-se a uma exposição absoluta, a um risco absoluto, pede coragem.. Amar é um ato de coragem.
E diante deste novo mundo que preciso desbravar, no movimento de escavar, escavar e escavar…
Eu me escavo rumo a ti!