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Afundamentos

POR QUE ARTE? O QUE NOS MOVE?

Sujeitos do desejo

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Somos inconformados, inquietos, questionadores e enxergamos no processo artístico um campo de atividades em que podemos elaborar provocações sobre a forma de vida social que herdamos. A arte é uma linguagem e através dela expressamos nossa inadequação ao sistema social em que nascemos, vivemos e estamos condicionados. 

Olhar para como somos constituídos pela cultura desde que viemos ao mundo é uma das formas que encontramos para elaborar um caminho ao encontro daquilo que em nós parece estranho a nós mesmos. Buscamos olhar para além do conservadorismo que tem medo do novo! Estamos cansados do que está posto!

Fazemos da arte uma manifestação que não se curva a formalismos. Partimos do lugar do “não saber”, o lugar do vazio, do nosso limite à compreensão das coisas – e é justamente este lugar que nos instiga a elaborar um campo de criação onde não cabem predefinições ou fórmulas. Esta liberação das formas permite uma experimentação que desvela o inusitado, ampliando assim a nossa noção de realidade.

A nossa bússola é nossa própria inquietude!

O resultado do nosso processo criativo é um objeto que emerge como uma ponte, como um codificador daquilo que antes da existência da obra parecia indizível. Servindo como ferramenta do aprender, do explorar – dentro e fora de nós o mundo. 

Através da arte podemos nos analisar e elaborar caminhos e saídas para nossos impasses. Ou seja, o processo artístico é uma forma de cuidar de si. Tratar nossas feridas, falar do indizível, ampliar nossa dimensão simbólica, e pôr em jogo no campo social um discurso que é inerentemente pessoal e político.

O processo de autoconhecimento se dá na fala e na escuta atenta. E a arte é uma forma de dizer! Neste ponto, reconhecemos o processo artístico como um espelho que devolve para nós a nossa própria imagem traduzida em linguagens diversas. Afinal a obra compartilhada nos permite dispor ao campo dos afetos e abrir para o debate a nossa própria narrativa.

O nosso sofrimento é o que nos move, é o que nos diz que algo precisa ser transformado!

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Karol Saldanha

Bacharel em Comunicação Social

Penso o universo artístico como um espaço político de discurso onde podemos expor nosso pensamento crítico e filosófico sobre nossas formas de vida. O privado é político, e como feminista acredito na ética que defende a alteridade das pessoas em oposição a cenários no qual o poder se fixa na forma de dominação.

Karol Saldanha
Marcelo Martins Santiago

Bacharel em Cinema

Acredito que a função do artista é escavar o terreno do indizível, criando espaços vazios onde novas palavras poderão ampliar os contornos do real. A investigação da linguagem. Visual, escrita, corporal, e qualquer outra, para mim são formas de explorar o mundo a minha volta. A arte é uma espécie de lupa para a realidade que me expande a percepção. É uma filosofia, uma forma de vida!

Marcelo Martins Santiago