Movida pelo tédio que rondam os segundos arrastados de um sinal fechado, observo atentamente as raízes de um Fícus (árvore conhecida por desenvolver raízes aéreas – aquelas que nascem ao longo dos galhos e vão de encontro ao solo para que ela consiga se sustentar, se alimentar melhor e sendo assim aumentar sua chance de sobrevivência).
Elas estão completamente enterradas no asfalto! E eu não consigo parar de fita-las. Nesse momento tomo consciência da minha limitação humana – certamente se eu pegasse uma picareta e tentasse fazer um buraco, mesmo depositando uma força física imensamente maior em cada golpe do que as pequenas raízes que lentamente se esfregam naquela espécie de “pedra” eu não teria o mesmo sucesso, e ficaria exausta!
O Fícus exubera! E eu frente à esse ser me sinto muito pequena, muito apressada, muito fraca e principalmente muito imatura… Ficou tão clara a irrelevância da força perante o tempo. O medo de morrer e a falta de tato para lidar com ele, deixa a raça humana tão imediatista que eu só consigo constatar que:
as vezes eu desisto demais e talvez isso seja uma burrice tremenda…